A Festa do Corpo e Sangue de Cristo, “Corpus Christi” em latim, é como um prolongamento da Quinta-Feira Santa, quando celebramos a última ceia de Jesus. Lá, o acento recai sobre o clima pascal, o mandamento do amor, o lava-pés, a ordem de Jesus de repetir seus gestos em memória dele. Hoje, o acento é a presença permanente de Jesus no meio de nós, sua presença sacramental na Eucaristia.
No Evangelho de Jo 6, 51 Jesus se declara como o “Pão vivo descido do céu”, e promete no mesmo versículo, “Quem comer deste pão viverá eternamente”. No versículo seguinte, os Judeus que estavam presentes naquele momento se perguntavam sobre a possibilidade de Jesus dar sua própria carne para comermos, causando entre eles escândalo e discussão. Possivelmente não assimilaram o que Jesus estava transmitindo, comer da carne do Filho do Homem quer dizer assimilar o Filho de Deus, ou melhor, ser assimilado pelo Filho de Deus, até o ponto de viver Dele, de sua vida.
O ser humano é levado a acreditar naquilo que os sentidos alcançam, isto é, o que vemos, tocamos, ouvimos, sentimos o gosto e o cheiro, porém em muitos momentos nossos sentidos nos enganam, ao ter certeza de ter visto algo e ao observar por outro ângulo ser outra coisa, por exemplo, ou em um teste às cegas, que inclusive recordo ter feito no último ExpoGlória, em que bebi quatro diferentes marcas de refrigerante do tipo cola, e afirmei com certeza que o copo 2 era Coca, quando na verdade era Pepsi. Ao fazer essa digressão quero dizer que o Milagre da transubstanciação nós não vemos, esta é alcançada somente pelos olhos da fé. Cabe muito bem aqui parafrasear Santo Tomás de Aquino, que afirma que a fé é um suplemento que vem os sentidos contemplar, aonde nossa razão não alcança, a fé se faz presente.
Em suma, que esta festividade de Corpus Christi seja para todos nós, católicos, tratado como um momento de profunda importância, representando a crença na presença real de Jesus Cristo na Eucaristia. Que este momento propício, que nos convida a refletir sobre a centralidade da Eucaristia em nossa vida espiritual renove nossa devoção a Cristo presente no pão e no vinho consagrados, e nos proporcione momentos de união em nosso colégio, nossas famílias e na sociedade como um todo, especialmente a cidade de Francisco Beltrão, fortalecendo nossa fé e nosso vínculo com Deus. Que esta festividade continue a nos inspirar a viver uma vida cristã autêntica, baseada no amor e na comunhão com nosso Salvador.
Diego Garcia
pastoralista